Apesar de estar localizada na região central da Europa, é difícil você ver uma pessoa dizendo que vai viajar para conhecer a Suíça. Muitas vezes as pessoas vão para passar poucos dias, conhecer o que chamam de “essencial”, mas é aí que se enganam. A Suíça vai muito além de queijos e chocolates.
Escondidos entre os famosos alpes, estão lindos lagos e uma natureza de tirar o fôlego. Por lá, também rodamos pelas estradas mais maravilhosas, que pareciam ter saído de um cenário de filme, e com uma estrutura impecável.
Sem falar nas pessoas que conhecemos no caminho e tudo o que aprendemos sobre a grandiosidade da natureza. Foram 12 dias bem intensos, de quase 4 mil quilômetros rodados, e lugares incríveis que precisam ser conhecidos por todos.
Vale dizer que para fazer essa viagem, ficamos hospedados 7 dias no cantão de Valais, mais para a região oeste do país, e nos dias seguintes fomos trocando de cidade (e cantão) conforme a necessidade de nosso roteiro. O que indicamos é que você faça ao menos 3 bases durante a viagem.
Como o país é pequeno, fazer bate-volta de uma cidade para a outra é uma ótima opção. Estando bem localizado, em 2 horas de estrada, é possível conhecer cidades e paisagens bem diferentes e voltar todo dia para a mesma hospedagem.
Esse é um dos principais pontos positivos do país. Nós optamos em alugar um carro para essa viagem pela flexibilidade que teríamos com o roteiro. Sem falar que sempre tivemos o sonho de dirigir pelas estradas suíças!
Confira uma matéria que falamos sobre tudo o que você precisa saber antes de ir para a Suíça. Lá abordamos mais essa questão da locomoção. É muito importante montar o roteiro e avaliar a melhor forma de transporte.
Confira abaixo como foi o nosso roteiro de 12 dias por um dos países mais incríveis da Europa.
| Dia 1 – Lac de Taney
Chegamos em um domingo à tarde e não quisemos perder tempo. Como o Lac de Taney ficava próximo do local que nos hospedamos, decidimos conhecê-lo logo de cara. E que surpresa agradável! É preciso subir uma estrada (tudo se sobe ou desce nesse país, afinal, estamos entre montanhas) e chegar até um estacionamento que é o ponto de partida. Para chegar até esse estacionamento, coloque no GPS/Wase “Parking du Flon”.
Dali você tem duas opções: subir caminhando, o que deve levar praticamente 1h ou 1h30 (a subida é MUITO íngreme), ou então pagar pelo táxi que fica no estacionamento. O táxi na verdade é um carro 4×4, o único capaz de vencer a estrada que leva até o lago. Ele tem diferentes preços (1 a 3 pessoas CHF 40, mais de 4 pessoas CHF 10 por pessoa) e dependendo da temporada, vale a pena fazer a reserva antes (www.allotaxivs.ch).
Lá no alto você pode encarar várias trilhas, algumas de 40 minutos, outras de horas de duração. Nós preferimos apreciar e caminhar nas margens do lago, e comer um fondue de queijo. No total são três restaurantes lá em cima, mas dois estavam fechados. O preço do fondue por pessoa foi CHF 27.
| Dia 2 – Kandersteg
Logo pela manhã encaramos duas horas de carro para chegar até essa cidade, que parece ter saído de um filme. Para chegar, pegamos um trem (CHF 27 por carro) que transporta o carro até a cidade de Kandersteg. Esse trecho depende de qual direção você vem. De lá, pegamos um teleférico (CHF 28 por pessoa) que leva ao topo da montanha.
Você vai perceber que praticamente todas as montanhas têm as mesmas atrações: caminhar pelas diversas trilhas, escolher um lugar para um bom piquenique ou apenas contemplar a beleza ao seu redor. E mesmo que você vá em várias, você sempre ficará surpreso, pois a beleza sempre é diferente.
No caso de Kandersteg, nós optamos por fazer a trilha até o Oeschinensee, o lago mais azul que já vimos na vida. Tem a trilha que dura 15 minutos e te leva até o lado em que o lago tem estrutura, com restaurante e hotel. Ou você vai pelo lado esquerdo e faz a trilha de 25 minutos que te leva até um ponto que é possível observar o lago do alto. Nós, sem dúvida, recomendamos essa.
Você vai caminhando e de repente se depara com um lago de outro mundo. Parece até de mentira. Lá sentamos ao lado do lago e fizemos piquenique (outra dica valiosa: compre coisas no mercado e faça piquenique, vale a economia e a experiência). Depois, partimos para o outro lado do lago, aquele com mais estrutura. Caso você não tenha pique para fazer essas caminhadas, assim que sair do teleférico, é possível pegar um micro ônibus (CHF 8) que te deixa no lago.
Para fechar o dia, ainda descemos o tobogã que tem ao lado do teleférico. A experiência é bem legal, e você pode encarar a descida com ou sem emoção e ter como vista os alpes Suíços (CFH 5 – 1 volta / CHF 20 – 5 voltas / CHF 35 – 10 voltas).
| Dia 3 – Barragem de Cleuson, Sion e Lac St. Leonard
Subimos até o alto da Barragem de Cleuson, que fica localizada em Nendaz. A barragem é maravilhosa e tem várias trilhas para fazer. Nós caminhamos por uns 50 minutos para explorar um pouco mais as proximidades, mas não fizemos as grandes trilhas. Mais uma vez, resolvemos fazer piquenique contemplando a vista do lugar. Ficamos algumas horas por lá, mas o passeio pode facilmente durar uma tarde (ou um dia) inteiro!
De lá partimos para Sion, considerada a cidade do sol na Suíça. E, realmente, o clima é bem mais quente do que nas outras que visitamos. Além da cidade ser muito bonitinha, o legal mesmo é conhecer os dois castelos (Tourbillon e Válere). É possível subir nos dois sem pagar nada. Optamos em ver só as ruínas do Tourbillon de perto.
O dia ainda não tinha acabado e logo ali ao lado fica o Lac St. Leonard, um lago subterrâneo. A visita custa CHF 10 e vale a pena caso você tenha um espaço em seu roteiro. A história do local é bem legal e a visita interessante. Confira a matéria completa sobre esse passeio no Lac St. Leonard.
| Dia 4 – Montreux
E a cidade do jazz não poderia ficar de fora do nosso roteiro. Infelizmente não pegamos o famoso festival que ocorre todo ano entre junho e julho. Dizem que a cidade ganha uma vida totalmente diferente. Mesmo sem esse clima, nós amamos a visita. A cidade tem uma pegada “praiana”, apesar de estar a quilômetros do oceano. Em compensação, ela fica à beira do Lac Leman, o maior lago da Europa.
A cidade, também conhecida como Riviera Suíça, foi a casa do cantor Freddie Mercury, da banda Queen. Os fãs da banda podem tirar foto com uma estátua enorme do astro do rock e até visitar o estúdio onde Freddie e outros músicos famosos gravaram alguns de seus hits.
Ali pertinho, tem o Castelo de Chillon. Confesso que estávamos com certo receio de fazer a visita e perder um tempo precioso conhecendo mais a cidade. Mas foi totalmente o contrário. Nós amamos entrar no castelo (CHF 12,50) e conhecer cada cantinho. Foi uma grande surpresa! Parece que você está dentro do set de filmagem do Game of Thrones.
Aproveitando que você está em Montreux, aí vai mais uma dica: veja o pôr do sol na beira do Lac Leman, um dois mais lindos que contemplamos pelo país.
| Dia 5 – Berna
A capital do país é cheia de vida (e turistas) e muito fácil de ser visitada em um dia. Claro, se tiver mais tempo, sempre dá para ir além dos pontos tradicionais. Mas como estávamos em uma pegada mais natureza, ter ficado um dia na metrópole foi o suficiente.
Para conhecer as principais atrações, você deve descer a rua principal Kramgasse. Nela você poderá ver as fontes da cidade (são mais de 100, mas 7 delas são as mais famosas!), que são patrimônio da UNESCO e contam lindas histórias. Siga na avenida principal até o parque dos ursos e suba até o parque Rosengarten, um jardim com mais de 200 tipos de rosas.
| Dia 6 – Lac Bleu e Lavey
Lá fomos nós novamente conhecer mais um dos lagos incríveis da Suíça! Pode parecer cliché, mas é que todos os lagos nos impressionaram muito. Sem falar que o contato com a natureza constante para fazer esses trajetos, é de deixar qualquer um de queixo caído.
Para chegar até o Lac Bleu, coloque no GPS/Wase “Arolla” e siga as placas para Lac Bleu. Lá você precisa deixar o carro e encarar uma trilha (de muita subida) de 45 minutos. Olha, sou sedentária e consegui fazer em 30 minutos, quase morrendo, mas consegui. Então se você não tiver dificuldade de locomoção, vale a pena enfrentar as subidas para chegar ao lugar que é tipo o paraíso.
Lá no alto não tem nenhuma estrutura. Apenas mesas para fazer piquenique. Então vá bem preparado, com comida e água, caso queira passar um tempo por lá.
Depois, resolvemos reduzir o pique da viagem e descansar nas águas termais de Lavey. Você paga CHF 26 para entrar e pode usar o local por 3 horas. Entre piscinas, saunas e salas de cromoterapia, você também pode fazer massagem (paga a parte). Veja a matéria completa sobre os banhos de águas termais.
| Dia 7 – Zermatt
Essa é uma das cidades mais procuradas pelos turistas que vão para Suíça. E não é para menos. É lá que se tem uma vista incrível do Matterhorn, a montanha que é símbolo do país e da marca de chocolates Toblerone.
Para chegar até a cidade é preciso pegar um trem. Não se entra com carro. Para fazer os passeios (são duas montanhas para explorar) ou subir para esquiar, é preciso desembolsar uma graninha. Não, não é nada barato. Mas aqui entra aquela dica, caso você tenha o Swiss Pass, pagará menos pelos passeios.
Nós tivemos a oportunidade de conhecer os dois picos da cidade: Matterhorn Glacier Paradise e Gornergrat. Da primeira, você tem uma vista diferente da Matterhorn, pois o ponto de observação fica próxima do cume da montanha e não é o lado “tradicional” visto lá de baixo. Além da vista incrível, lá em cima tem um restaurante e o Glacier Palace, que é um local todo de gelo com várias esculturas.
Já Gornergrat foi uma experiência mais legal. Além de irmos até o topo e ter uma vista absurda da montanha, nós voltamos até a penúltima estação do trem, Rotenboden (dá para descer a pé em uma trilha de 30 minutos) para assistir ao pôr do sol em frente ao lago Riffelsee
Esse foi um daqueles momentos de uma viagem em que você questiona a sua existência, fica refletivo, e não quer mais ir embora, sabe? Basta ver as fotos para entender um pouco. Mas bem pouco, porque estar ali não é a mesma coisa. Infelizmente (ou não!) nenhuma foto traduz esse momento. Confira uma matéria completa sobre a nossa visita na cidade.
| Dia 8 – Jungfrau
Junto com Zermatt, esse é o outro cartão postal da Suíça. Conhecida como Top of Europe, a montanha é a mais alta de todo o continente, com 3.454 metros de altura.
Infelizmente, durante a nossa visita o tempo estava bem fechado, e não conseguimos ver a grandiosidade que é estar lá no alto. Vimos os alpes, mas não dava para ver as cidades aos seus pés. Mas nem por isso deixamos de curtir. Lá no alto tem várias atrações, como uma gruta de gelo, plataformas de observação e a loja mais alta da Lindt. Leia o post sobre Jungfraujoch.
| Dia 9 – Lucerna
Para uma pausa entre as montanhas, resolvemos visitar Lucerna. Apesar do dia estar chuvoso e rolando uma prova de maratona (o que fechou muitas ruas do centro), nós aproveitamos bastante a cidade, e gostamos muito. A dica é caminhar e se perder pelas ruazinhas, ir até o alto das muralhas e não deixei de visitar o Leão de Lucerna, uma linda escultura do século XIX.
Foi também nesse dia que ficamos hospedados em uma cidade tão charmosa, que dá vontade de ficar para sempre, em Engelberg. Confira uma matéria sobre a nossa estadia no Hotel Crystal.
| Dia 10 – Rigi
Na região de Lucerna estão localizadas três importantes montanhas, e a Rigi é uma delas. Ela é a mais baixa de todas e arrisco dizer que fica que mais gostamos. O dia ajudou, claro, pois o tempo abriu e conseguimos aproveitar tudo o que ela tem a oferecer. Ah, caso você tenha o SwissPass, esse passeio sai de graça. Caso contrário, custa CHF 72 para subir e descer. Para chegar até o topo, você pode pegar um trem na cidade de Vitznau ou um teleférico em Weggis e depois trocar por trem no meio do trajeto.
Lá no alto você tem algumas trilhas e uma vista incrível de Lucerna e seus lagos. Com uma vista 360º, você não sabe para onde olhar. Ali também um restaurante, hotel e um capelinha.
Mas confesso que o que mais gostamos foi o Mineralbad Spa, que fica na estação central Rigi Kaltbad. A entrada não está inclusa no ticket do trem. Paga-se CHF 37 para entrar e ficar o tempo que quiser (ou até passar o último trem até lá embaixo). No SPA você tem piscinas aquecidas, sendo uma delas com uma vista sem palavras para os alpes suíços, saunas (lá é aquele esquema de entrar nu na sauna) e massagem (pagas a parte).
| Dia 11 – Titlis
Essa é a montanha mais alta da região de Lucerna, com 3020 metros de altura. E justamente por causa da altitude dependemos muito das condições climáticas. Na primeira vez que tentamos subir, o teleférico só estava disponível até a estação intermediária. Na segunda tentativa conseguimos ir até o topo, mas, quando já estávamos por lá, as principais atrações, que ficam do lado de fora, fecharam por conta do vento de mais de 80km/h e não conseguimos aproveitar muito.
Além da vista lá do alto, várias atrações vão tomar conta do seu dia todo. Tais como um lindo lago, atrações na neve, e um teleférico rotativo para observar todos os lados dos alpes. Confira um post completo sobre o Monte Titlis.
| Dia 12 – Caumasse e Viaduto Landwasser
Nosso último dia na Suíça foi dedicado a dois lugares distantes, mas que seriam caminho para o nosso retorno ao ponto final da viagem. Pela manhã fomos para o Caumasse, lago localizado na cidade de Flims. Mesmo com o tempo fechado e um pouco de chuva, a grandiosidade e cor dele nos impressionou bastante. Ficamos imaginando como é esse local no verão.
Você para o carro em um estacionamento e caminha por dentro de um lindo parque por 10 minutos até chegar no trem que te leva até lá embaixo (sim, esse lago é preciso descer e não subir rs). Para isso, é preciso pagar CHF 12. Por conta do tempo ruim, ele estava fechado, mas descobrimos que era possível chegar até a margem por uma trilha de uns 20 minutos.
De lá partimos para o lado Sul do país. O nosso foco era encontrar o ponto para observar e, claro, fotografar, o viaduto Landwasser, o mais famoso do país. Foi um pouco complicado achar, mas coloque no GPS Aussichtsplattform Nord e siga as placas de sinalizam a plataforma de observação Norte (Aussichtsplattform Nord). Será preciso fazer uma trilha de 25 minutos, por isso, fique atento aos horários dos trens para pegar a paisagem completa (ele passa 10 minutos antes e 10 minutos depois da hora cheia, exemplo: 15h50 e 16h10).
*O Flymaniacs ficou sempre conectado com o chip da SimPremium, empresa americana que oferece o serviço de chip internacional para celular (voz, SMS e dados).