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Saiba tudo sobre as Filipinas: roteiro de 20 dias

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Existem alguns lugares que você simplesmente tem o sonho de conhecer e não sabe nem de onde surgiu essa vontade. Mas com a Filipinas foi diferente. A vontade de ir até o outro lado do mundo, literalmente, já é antiga. Mas para onde ir? Pra isso, colocamos alguns critérios:  tinha que ser um lugar diferente de tudo o que já tínhamos visto, e ainda pouco explorado por brasileiros. Aí ficou fácil escolher qual seria o nosso primeiro destino na Ásia: as Filipinas!

Água cristalina, às vezes azul, outras verde. Areia branquinha. Coqueiros por todos os lados. Uma vida marinha absurdamente linda e quase intocada. Tudo isso somado à um dos povos mais felizes e simpáticos que já conhecemos. Quer mais motivos para pegar o avião e conhecer esse lugar?

Tem imagem mais linda do que essa do avião? (Foto: Flymaniacs)

São 100 milhões de habitantes espalhados por mais de 7.000 ilhas. Só com esses números já dá para ter uma ideia que independentemente do tempo que você passar por lá, será pouco! Voltamos com essa sensação, de que temos que ir mais mil vezes para realmente falar que conhecemos o país. Com tanta coisa pra ver, é preciso se organizar. Por isso, montamos um guia completo com tudo o que você precisa saber para se preparar para conhecer as Filipinas. 

| Visto

Para entrar no país, você não precisa tirar visto antes de sair do Brasil. Você fará a imigração diretamente no desembarque e receberá o visto para permanecer por até dois meses sem precisar pagar nada. Você só precisa de um passaporte válido por 6 meses e da sua carteirinha de vacinação contra febre amarela. Apesar de ninguém ter pedido nossa carteirinha, a vacina é obrigatória e muito recomendada!

Pelas águas de Coron (Foto: Flymaniacs)

Como em qualquer outra viagem internacional, é sempre bom ter a reserva da passagem área da volta impressa para apresentar na imigração, caso seja necessário. Para nós foi bem tranquilo, nem fizeram perguntas. Demoramos menos de 5 minutos.

Agora, um ponto importante é verificar sobre as conexões do seu voo, uma vez que não existem voos diretos para as Filipinas saindo do Brasil. Pode ser que você passe por algum país que exija visto de trânsito. 

| Moeda

A moeda é o Peso Filipino (PHP) e ela vale R$ 0,077*. Porém, dificilmente você conseguirá comprá-la no Brasil. Então a melhor opção é leva dólar americano e trocar por peso quando chegar no país.

Na época que fomos, a melhor cotação foi no aeroporto de Manila, capital do país. Trocamos 1 USD por 52,45 PHP. Mas esse valor pode variar dependendo da casa de câmbio.

Peso Filipino (Foto: Flymaniacs)

Um ponto fundamental: leve tudo o que você precisar em dinheiro. São raríssimos os locais que aceitam cartão de crédito. Até mesmo hotéis mais estruturados só aceitam pagamento em dinheiro vivo. Também não dá pra confiar em ATMs para sacar dinheiro, já que eles quase não existem fora dos grandes centros. 

| Idioma

Apesar do país ter sido colonizado por espanhóis e muitos nomes de pessoas, ruas e até estabelecimentos serem na língua latina, os idiomas mais falados são o inglês e o tagalog. Não são todos que dominam o inglês, mas é a maioria e dá pra se virar muito bem. Os filipinos são muito solícitos e vão se esforçar para se comunicar.

| Quando ir

Escolher a melhor época para viajar para as Filipinas é o ponto inicial do seu planejamento. Como em outros países da Ásia, lá rolam muitas chuvas e tufões. E isso é muito sério. Além de ser perigoso, você pode perder seus lindos dias no paraíso por conta do mau tempo. Com o país está localizado perto da linha do equador, ele tem um clima tropical com diferenças entre as ilhas do Norte e Sul. A última tem um clima mais uniforme, com temperatura quente o ano todo.

White Beach, em Cebu (Foto: Flymaniacs)

Mas as ilhas do Norte têm um clima bem diferente. O que importa é que é bom evitar ir de julho e dezembro. Isso mesmo, quase metade do ano! Claro que com as mudanças climáticas, é possível que você dê sorte de não ver chuva em novembro, mas vai arriscar?

Fizemos a nossa viagem entre março e abril e não pegamos nenhuma gotinha de chuva. Então fica aí a dica dos melhores meses!

| O que levar na mala

Bom, quem vai pras Filipinas, quer é praia! Nem precisamos dizer pra levar muita roupa leve, de praia (biquíni, maiô ou sunga) e pronto! Não tem muito segredo. Mas aí vão algumas dicas de acessórios mais do que essenciais nessa viagem:

Bolsa impermeável: para guardar o que você não pode molhar. É muito entra e sai de barco e alguma hora é possível que seu celular dê um mergulho também. As bolsas você pode comprar por lá mesmo. Estão a venda em todos os lugares.

Uma dica: leve seu equipamento de snorkel (Foto: Flymaniacs)

Máscara de snorkel e pé de pato: sim, é um verdadeiro trambolho levar na mala, mas fizemos isso e não nos arrependemos. Vai ser útil em praticamente todos os passeios.

Sapatilha para água: tem alguns passeios que você vai ter que andar por pedras pontiagudas. Para evitar machucar – o que vimos acontecer com muita gente -, leve um!

De resto, abuse também no protetor solar, óculos escuros, toalha seca- rápido, garrafinha de água e um chapéu (ou boné).

| Chegando e saindo

Existem dois grandes aeroportos para você chegar nas Filipinas: Manila e Cebu. Quando começar a planejar a sua viagem é bom ter em mente que o trajeto desde o Brasil até as Filipinas é longo, muito longo! O tempo da viagem dependerá de suas conexões. Mas normalmente leva-se mais ou menos 30/40 horas até lá. Uma dica é tentar pegar um voo com stopover, que é um tempo longo em uma escala, podendo ser até de dias, sem precisar pagar a mais por isso.

No nosso caso, optamos por ir de Air China, que além de mais barata, nos deu a possibilidade de ficar 12 horas em Pequim. Ou seja, de quebra ainda conhecemos um novo país e o trajeto não ficou tão puxado.

Para quem sai do Brasil, basicamente a melhor forma de chegar até as Filipinas é por Manila, a capital do país. A cidade em si não é muito turística, mas de lá saem voos para praticamente todas as principais ilhas.

Muitas pessoas que já estão pela Ásia, também podem chegar por Cebu, outra grande cidade. As companhias aéreas mais conhecidas por ir para lá são Air China (quase sempre a mais barata), Emirates, Turkish e Cathay Pacific.

| Locomoção

Bom, são mais de 7 mil ilhas, então, se você estiver indo para fazer uma longa viagem pelas Filipinas, se prepare para fazer muitos voos, pegar alguns ferries, ônibus, vans, motos… No nosso caso, fizemos muitos voos internos, todos com a Cebu Pacific Air. Essa é uma das maiores e mais baratas cia aéreas do país, com uma boa oferta de voos entre os principais destinos.

A companhia tem a “fama” de atrasar muito os voos, mas tivemos apenas um voo com 1 hora de atraso. Tivemos também um voo cancelado por conta do mau tempo e a remarcação foi supertranquila. Então recomendamos!

O transporte entre as ilhas é quase sempre por meio de avião (Foto: Flymaniacs)

Uma alerta que vale para todos os voos internos, é que os bilhetes com preço mais baixo não incluem mala despachada. Então sempre fique de olho na hora de comprar. E sobre a compra em si, fizemos tudo com um pouco menos de 1 mês de antecedência, pois os valores vão aumentando, e muito!

Outras companhias conhecidas por realizar voos internos são Philippines Airlines e Air Swift, essa última é a única que vai para o aeroporto de El Nido, um dos destinos mais famosos. Mas o valor é alto! Para esse trecho, optamos por fazer o percurso com a Cebu Pacific Air indo de avião para Puerto Princesa e de lá pegamos uma van até El Nido.

Alugar uma moto é a melhor opção para andar nas ilhas (Foto: Flymaniacs)

Para se locomover dentro das ilhas, você tem a opção de alugar uma scooter ou andar de triciclo. A primeira opção é a que dá mais liberdade e não é tão cara. Caso você saiba dirigir moto, aconselhamos a alugar uma nos dias que você não fizer passeios de barco e rodar pelas estradas, que são boas e quase sempre lindas. Já o triciclo é mais prático para distâncias curtas ou caso você não queira alugar moto.

Quando estiver nas cidades grandes, como Manila e Cebu, você tem a opção de chamar um carro pelo app Grab (iOS ou Android), que funciona igual ao Uber. Um conselho é já baixar o aplicativo do Brasil. Além do conforto, o valor não é alto e você pode pagar a corrida em dinheiro ou cartão de crédito (o que é uma grande vantagem!).

| O que comer 

Conhecer a culinária do país é parte obrigatória de qualquer viagem. E por mais que estivéssemos com receio do que iríamos encontrar, nas Filipinas foi bem tranquilo de comer. O cardápio do dia a dia tem muito peixe, frutos do mar, mas também bastante frango e porco. Mas mesmo assim existem pratos específicos que valem ser provados.

Entre eles está o Pork Sisig, que também tem a versão com frango. O prato nada mais é do que a carne em pedacinhos, com muitos temperos e um ovo cru em cima, que vai fritando na chapa quente em que o prato é servido. É muito bom, mas sempre pergunte da pimenta, pois eles colocam bastante. E se você não curte, não vai conseguir terminar a comida.

Você encontrará muita fruta para comer nas Filipinas (Foto: Flymaniacs)

Outro prato bem conhecido e que tem em vários restaurantes é o Chicken Adobo, que é a carne de frango refogada com óleo, molho de soja, alho e vinagre. Nada muito diferente, mas bem saboroso.

Outro ingrediente bem comum por lá é o Ube, uma espécie de batata doce. Você vai encontrar sorvetes, bolos e todo tipo de doce de Ube. Se tiver curiosidade, vale provar.

Ah, e claro, o que não pode faltar em uma ilha paradisíaca? Frutas! Abusamos de manga, melancia, coco e das deliciosas fruit bowls.

| Onde se hospedar 

Está aí um ponto muito importante da viagem. Claro que conforto para descansar depois de um dia corrido, ainda mais embaixo do sol, é fundamental. Mas quando falamos das Filipinas, o negócio é ainda mais sério. Em algumas ilhas, a infraestrutura básica é bem precária. Antes de irmos, e até quando conversamos com outros turistas por lá, ouvimos relatos de não ter água no hotel, bicho no quarto, falta de energia. E por aí vai.

A hospedagem faz toda a diferença: ficamos no Alpas Siargao (Foto: Flymaniacs)

Ok, estamos falando de um país que está em desenvolvimento, principalmente para o turismo. Vimos bastante coisa sendo construída e provavelmente a estrutura vai ser melhor daqui alguns anos. Mas por enquanto, é bom pesquisar muito antes de fazer as malas para evitar cair numa roubada.

Abaixo falamos mais do nosso roteiro e de onde ficamos hospedados em cada lugar.

| O que fazer

Nossa, essa foi uma parte bem difícil do nosso planejamento! Afinal, são mais de 7 mil ilhas! Precisaríamos de uma vida toda (e olhe lá) pra conhecer todos os cantinhos desse paraíso. Mas destacamos abaixo os principais lugares para uma viagem de 20 dias.

Siargao

As estradas de Siargao são lindas e cheias de coqueiros (Foto: Flymaniacs)

Essa ilha ainda está entrando no roteiro dos brasileiros que vão para as Filipinas. E podemos afirmar que vale muito a pena. Acho que foi a ilha que mais nos encantou, pois por não ser muito conhecida, você terá grandes surpresas quando chegar lá.

Siargao tem muitas praias para serem visitadas, piscina natural, ilhas, lagoas e, a melhor parte, as estradas mais lindas que já vimos. Bem de filme, sabe? Cheias de coqueiros! Confira a matéria completa de Siargao, a ilha mais linda das Filipinas.

Cebu

Kawasan Falls, em Cebu (Foto: Flymaniacs)

Essa é uma ilha com grande estrutura e, se  você chegar por Cebu City, não se desespere, a principal atração está em Moalboal. É lá que está a Kawassan Falls, a cachoeira mais conhecida das Filipinas.

Além dela, a região é cheia de outras cachoeiras lindas e não tão cheias. Ainda tem praias, como a White Beach e a Lambug Beach. Ou se não a Panagsama Beach, que apesar de não ter uma faixa de areia, ela é ótima para fazer snorkel e nadar com milhões de sardinhas.

El Nido

El Nido (Foto: Flymaniacs)

Localizada em Palawan, esse é o destino mais procurado pelos turistas do mundo todo. Então prepare-se para pegar tudo bem mais cheio e pagar mais caro em atrações, hospedagem e passeios. As principais praias são Nacpan Beach e Las Cabañas, ambas imperdíveis. Em El Nido, as pessoas costumam fazer dois dos principais passeios de barco: tour A e C. Mesmo sendo roteiros pré-definidos, saiba que muitos guias mudam o itinerário no meio do caminho.

Como falamos, o lugar é cheio de turistas e a chance de você encontrar pequenas multidões durante os passeios é bem grande. Por isso, optamos por fazer os tours com a Skipper Charters, uma empresa em que faz passeios com lanchas rápidas. Assim, chegamos antes nas principais paradas e conseguimos evitar os lugares mais cheios, além de visitar mais atrações que os tours tradicionais. Outro ponto legal é que, como vão apenas 8 pessoas no barco, dá pra dizer que é praticamente um tour privado, só que mais barato. Veja a matéria sobre a nossa passagem por El Nido.

Coron

Kayangan Lake, em Coron (Foto: Flymaniacs)

Um lugar tão lindo quanto (ou até mais) do que El Nido, mas que não é tão cheio, ainda. É possível chegar de ferry, vindo de El Nido, ou de avião de outros lugares, como Cebu e Manila. Apesar de não ser o destino mais famoso (ainda!), acho que foi o que vivemos as melhores experiências! Em vez de todo dia pegar os tours tradicionais, realizamos uma expedição de 4 dias e 3 noites com a Big Dream Boat Man.

Foi uma verdadeira imersão em Coron. Ficamos 4 dias a bordo de um barco, e parávamos para dormir em ilhas distantes e completamente vazias. Com isso, conseguimos visitar locais não tão conhecidos e completamente desertos. Ilhas im-pres-si-o-nan-tes só pra gente. Foi sem dúvida o auge da viagem!

Bohol

Essa é outra ilha muito visitada pelos viajantes que buscam contato direto com a natureza. Bohol tem muita floresta, praias, a tão conhecida Chocolate Hills e o Philippine Tarsier, que é uma espécie de animal que você só encontra na ilha. Não entrou no nosso roteiro por falta de tempo, mas faz parte do itinerário básico.

Boracay

Outro lugar que tivemos que abrir mão, infelizmente. Essa é a ilha mais badalada e com mais estrutura. Se você curte um lugar mais completo, com festas, sem deixar o mar azul de lado, lá é um bom lugar. Inclusive, por ser tão procurada pelos turistas, chegou a ficar fechada por um tempo em 2018.

Manila

Intramuros, em Manila (Foto: Flymaniacs)

A capital das Filipinas foi apenas o nosso ponto de partida e retorno. Lá é uma cidade grande, com muito trânsito, restaurantes, lojas… tudo que uma cidade grande tem. E é de lá que saem a maioria dos voos para as ilhas. 

| Nosso roteiro

Manila – 3 dias (chegada e saída + dia de voo para Siargao cancelado)

Siargao – 4 dias

Cebu – 3 dias

El Nido – 4 dias

Coron – 4 dias

 

| Quanto custa

Esse é um ponto muito importante, mas também bastante relativo. Tudo depende do seu estilo de viagem: curte resort ou topa hostel, quer provar comidas diferentes em restaurantes melhores ou tudo bem uma refeição barateza. Mas sabemos da importância desse fator para organizar uma viagem como essa. Então vamos vamos falar de números:

  • Passagem: R$ 3.500 (saindo de SP)
  • Seguro de viagem: R$ 300 (caso você tenha do cartão de crédito com seguro, esse custo já não existe. Nós pegamos uma promoção de 50% de desconto)
  • Hospedagem: R$ 1.500 (quarto para dois – ou seja, se não estiver sozinho, o valor pode ser dividido)
  • Transporte interno: R$ 1.650 (aéreo entre ilhas, van, aluguel de moto)
  • Alimentação: R$ 750 (praticamente uma refeição por dia, pois a outra normalmente estava inclusa no passeio)
  • Passeios: R$ 2.000 (alguns passeios privados podem ser divididos por 2 ou mais, então esse item pode variar. Além disso, se optar em fazer todos os passeios em grupo, esse valor cai bastante)
  • Extras: R$ 200 (grab, táxi, chip de internet)

Total: R$ 9.900 (viagem de 20 dias/por pessoa*)
*alguns custos podem ser divididos em 2, como hospedagem e aluguel de moto.

Já falamos, mas não custa ressaltar: esses valores são uma média, e não uma regra. Vasculhe o booking.com atrás dos hotéis que se encaixem no seu gosto e bolso, tem muita opção. Para alimentação, você pode economizar ainda mais indo nos mercadinhos e cozinhando no hotel, por exemplo. Dá pra não alugar moto e se locomover de tuk tuk (apesar de não ser tão recomendado assim). O ponto é: a viagem pode custar o quanto você estiver disposto a gastar.

Ah! Depois, no post de cada ilha, traremos ainda mais detalhes de passeio e outros custos.

Confira mais fotos das Filipinas:

Informações Gerais

Língua: Inglês e Tagalog

Moeda: peso Filipino (PHP) – conversão US$ 1 = PHP 52,45*.

DDI: + 63

Voltagem: 120V/60Hz

Tomada: dois pinos, igual a antiga do Brasil

Vacina: febre amarela

Visto: não é necessário

Fuso horário: + 11 horas do horário de Brasília

Carteira de motorista: a CNH brasileira é permitida

Internet: usamos o chip da Globe (1.000 PHP por 33GB válidos por 1 mês)

*Valores de março/abril 2019