Antes mesmo de sair de Palmas rumo ao Jalapão nos alertaram sobre duas coisas: que lá existe um sol para cada um e que ele é bruto. Bom, depois de um roteiro de 5 dias no carro e quase mil quilômetros de estrada de terra, nós percebemos que isso é realmente verdade e faz parte dos encantos dessa região que conquistou os nossos corações.

Para fazer essa viagem, aconselhamos você fechar um pacote com uma agência de viagem especializada na região. Depois de muita pesquisa, optamos pela Jalapão100Limites. Lemos muitas recomendações positivas e achamos a agência bem flexível em relação ao roteiro, o que contou muito na nossa decisão.

A gente já tinha ideia do que gostaria de ver e escolhemos nosso roteiro com isso na cabeça. Outro ponto que você precisa checar com antecedência é a disponibilidade de datas. Muitas vezes, as agências fazem uma expedição por semana e pode acontecer daquela semana que você quer viajar não ter saída ou até tem, mas com um roteiro diferente do esperado. Por isso, em primeiro lugar, selecione agências, pesquise os roteiros e veja as datas. Gaste algum tempo se planejando, porque depois você não vai se preocupar com mais nada. Mesmo. Hospedagem, alimentação e passeios já estão inclusos no pacote. É só fechar a mala e embarcar para o cerrado brasileiro!

Antes de falar do nosso diário de bordo, vale conferir tudo sobre o Jalapão na matéria especial que está no site. Os roteiros tradicionais começam sentido Ponte Alta e terminam em São Félix. Nós fizemos dessa forma com a Jalapão100Limites. Confira como foi o nosso roteiro de 5 dias pela região.

| Dia 1

O dia começou bem cedinho. Às 6h da manhã o nosso guia, Guilherme, passou no hotel que estávamos em Palmas e nos reunimos com o restante do grupo. Vale ressaltar que essa viagem você fará com outras pessoas no carro. Os carros comportam até 7 pessoas (incluindo o motorista) e a lotação pode variar de uma data para a outra.

Antes de começar a viagem, nos reunimos com todo o grupo, formado por 9 turistas entre paulistas e mineiros, os guias (estávamos em dois carros e cada carro tem um guia), e um dos donos da agência. Ali foram passadas as primeiras instruções de como funcionaria a expedição. Dito isso, entramos no carro e pegamos a estrada!

Lagoa do Japonês

Lagoa do Japonês (Foto: Flymaniacs)
Lagoa do Japonês (Foto: Flymaniacs)

Foram quase 3 horas até a primeira parada, na Lagoa do Japonês, que leva esse nome porque, bem, era propriedade de um japonês. Essa atração faz parte apenas do roteiro de cinco dias. Nesse roteiro, você tem duas opções: ir para a Lagoa ou para as cachoeiras de Taquaruçu. O pacote que inclui a lagoa é um pouco mais caro, mas vale muito a pena.

Como poucas agências fazem esse passeio, o local não é tão cheio e tem uma pegada bem tranquila. Assim que chegamos, os guias já sinalizaram que teríamos 1h30 por ali. Tempo suficiente para curtirmos e nadarmos à vontade. A lagoa tem muitas pedras e troncos de árvore embaixo da água, por conta disso é preciso ter cuidado e atenção. Uma boa dica é levar uma sapatilha de água, assim evita você machucar o pé logo no primeiro dia. Se você não tiver levado, sem problemas, dá pra alugar logo na entrada.

A lagoa em si é linda demais, com água cristalina, mas o que realmente vale a pena é nadar para o lado direito até uma gruta. Dá para você andar por dentro dela e até subir para saltar. Mas isso só é indicado se o seu guia te acompanhar até lá. Se você quiser se arriscar, lembre-se: o único jeito de descer é se jogando na água.

De lá partimos para almoçar no Restaurante da Minervina, uma senhora que cozinha no fogão a lenha e faz uma comida deliciosa. Depois do almoço, você pode descansar em algumas redes espalhadas no quintal. Aliás, quase todos os restaurantes tinham redes para você tirar um cochilo depois do almoço.

Caso você viaje por conta própria, a entrada da Lagoa é R$ 20 e ela funciona das 9h às 17h.

Pedra Furada

Pedra Furada (Foto: Flymaniacs)
Pedra Furada (Foto: Flymaniacs)

Essa é uma das principais atrações do Jalapão. E, como todo lugar muito famoso, ele é bem cheio. Não vá achando que terá aquela tranquilidade e silêncio como na novela da Globo (O outro lado do paraíso). Mas uma coisa podemos afirmar: ter ido com a Jalapão100Limites fez a diferença. Quando chegamos na Pedra Furada, por volta das 16h30 (sim, demoramos um pouco mais de 2 horas para chegar do destino anterior até aqui, os lugares são longes), o local era praticamente só nosso.

Só começou a encher perto do horário do pôr do sol. Como não era alta temporada, até que não tinha muita gente, mas ficamos imaginando isso no auge dos turistas… nossa! Mas esteja cheio ou vazio, não esqueça o motivo de você estar lá: apreciar a natureza e se despedir do dia que está acabando. Preste atenção nisso e respeite quem está lá por esse motivo também.

O lugar é realmente incrível. As formações de arenito em meio ao cerrado, esculpidas pelo vento e cheias de aves fazem qualquer um ficar impressionado. Aliás, lá foi a primeira vez que vimos uma arara azul na viagem. Foi emocionante!

Se as abelhas deixarem, dá para você subir até o topo para acompanhar o pôr do sol com aquela vista do cerrado, da fauna e da flora. O problema é que existe uma colmeia gigante bem no meio do caminho, e nem sempre as abelhas estão afim de visitas. Tentamos subir com o guia, mas elas vieram atrás de nós. Resolvemos tentar de novo, andando mais devagar, e a passagem foi liberada!

Pedra Furada (Foto: Flymaniacs)
Pedra Furada (Foto: Flymaniacs)

Vale lembrar que só subimos porque nosso guia nos orientou. E respeitá-los é importantíssimo, afinal, ninguém melhor do que eles, que estão diariamente por lá, para dizer o que podemos ou não fazer. Isso é muito importante em todas as viagens, mas no Jalapão faz muito sentido. Escute os guias.

Bom, subimos em silêncio e lá em cima tivemos que manter isso, pois o barulho pode atiçar as abelhas. Ainda bem que subimos! Que vista! Foi um pôr do sol inesquecível!

De lá partimos para a Pousada Águas do Jalapão, em Ponte Alta. Ficamos uma noite apenas, mas foi bem confortável. Quarto gostoso, ótima comida e todos os funcionários bem atenciosos. Sem falar no bar com várias opções de cerveja, a preços justos (de R$ 5 a R$ 20).

| Dia 2

Logo de manhã, os nossos guias nos alertaram que esse seria o dia mais cansativo, pois faríamos longos trajetos de carro. Lembrando, todas as estradas são de terra, ou seja, além do tempo no carro, acrescente uns bons sacolejos! Os carros são preparados para encarar o que vier pela frente, mas isso não impede que ele balance muito e faça muito barulho. Na maior parte do tempo, só é possível conversar com quem está sentado bem ao seu lado.

Cânion Sussuapara

Cânion Sussuapara (Foto: Flymaniacs)
Cânion Sussuapara (Foto: Flymaniacs)

Saímos do hotel às 7h30 da manhã e partimos para a primeira parada, o Cânion Sussuapara. É engraçado porque você espera algo grande, mas não. Ele é bem pequeno e estreito, mais parece um lugar secreto.

A natureza ali dentro é viva. Muito barulho de pássaro e um delicioso som de água deslizando devagar e correndo pelo chão. Uma dica é ir logo pela manhã para pegar os raios solares entrando e iluminando parte do seu interior. Não ficamos muito tempo por ali. Foram só alguns minutos para ver, colocar a cabeça em baixo da água e voltar para a estrada.

Para quem vai por conta própria, é cobrada uma taxa de R$ 15.

Cachoeira da Velha

Cachoeira da Velha (Foto: Flymaniacs)
Cachoeira da Velha (Foto: Flymaniacs)

A estrada até não é das melhores (pra variar!), muita areia e chão desnivelado. Mas vale a pena quando se chega lá. Primeiro que a entrada é pela Fazenda Tri Agro, que pertencia ao famoso traficante Pablo Escobar. Depois, você entra e caminha por uma passarela de onde já dá para observar a cachoeira. A queda d’água não é tão alta, 20 metros, mas o volume de água é gigante. Logo que você começa a se aproximar, o barulho é ensurdecedor, mas depois você vai se acostumando.

Essa cachoeira é formada pelas águas do Rio Sono e o mais bonito é que nas suas margens existem árvores que praticamente estão dentro da queda. Sério, é lindo demais!

Nesse local é possível fazer rafting, que não está incluso no pacote e custa R$ 200, mais R$ 50 se você quiser um CD com as fotos. O trajeto é de 1,5 quilômetro e leva cerca de 40 minutos. Porém, nesse período conta o tempo que as pessoas passam dentro do bote para conhecer atrás da cachoeira. O percurso do rafting mesmo é bem rápido, não deve levar nem 15 minutos.

Existe também a opção de fazer uma trilha de 13 km e depois descer 22 km de rafting. Mas esse passeio não era possível dentro do nosso roteiro.

Prainha do Rio Novo

Prainha do Rio Novo (Foto: Flymaniacs)
Prainha do Rio Novo (Foto: Flymaniacs)

Quem dispensar o rafting, pode ficar cerca de 20 minutos apreciando a cachoeira e depois vai (de carro) para a prainha do Rio Novo. Foi isso que fizemos. A praia é o ponto final do rafting, então aguardamos o pessoal ali por 30 minutos. O bom é que dá para se refrescar nas águas do rio, mas tome cuidado que o lugar tem correnteza e alguns buracos entre as pedras.

Foi ali mesmo que os nossos guias preparam um lanche para nós, com muitas frutas, pães, frios e tapioca!

Dunas do Jalapão

Dunas do Jalapão (Foto: Flymaniacs)
Dunas do Jalapão (Foto: Flymaniacs)

Tá aí mais um ponto muito procurado por quem vai ao Jalapão. Foram quase 100 km de estrada de terra e 2 horas e 30 minutos para chegar até as Dunas do Jalapão. Olha, valeu cada segundo no carro. Nós já conhecemos dunas de outros lugares, mas essa realmente nos impressionou. Nem tanto pelo tamanho, pois ela não é muito grande, mas por todo o contexto do cenário.

Formadas pela erosão das serras ao redor e contornadas por um rio margeado por várias palmeiras, o lugar parece uma montagem. Mas o que mais impressiona mesmo é a mudança de tons que o sol impõe na areia à medida que vai descendo. Nenhuma foto conseguiria traduzir esse momento!

Ficamos lá até o sol se pôr e não queríamos ir embora. Depois de todas as cores citadas acima, ela começou a ficar dourada. Algo inexplicável e lindo de se ver!

Na volta das dunas para a nossa pousada, paramos no meio da estrada para apreciar o céu. Como estávamos em uma região muito remota, não tinha nenhuma luz por perto que pudesse concorrer com as estrelas. O que deixava o céu ainda mais fantástico. Dava para ver a via láctea a olho nu!

Terminamos a noite na Pousada Buritis, em Mateiros. Ficamos no lugar durante duas noites, pois essa é a região que concentra a maior parte das atrações do Jalapão. Mais uma pousada simples, mas bem confortável.

| Dia 3

Chegou o dia tão esperado: o dia de conhecer os fervedouros! Já explicamos mais sobre o que são os fervedouros, mas para lembrar, eles são piscinas naturais que não deixam as pessoas afundarem. Isso porque existe uma forte pressão da água que jorra do lençol freático para a nascente e é capaz de manter as pessoas em flutuação, sem nenhum esforço.

A gente já estava amando tudo no Jalapão, mas, como nossos guias nos alertaram, só nesse dia a gente realmente ia sentir a magia dessa região. Apesar do dia ser bem corrido por conta de tantos lugares para visitar, as distâncias eram menores, então não passaríamos tanto tempo dentro do carro. Com isso, pudemos acordar mais tarde às 7h30.

Dunas do Jalapão (Foto: Flymaniacs)
Dunas do Jalapão (Foto: Flymaniacs)

Lembra que no início do texto comentamos sobre a flexibilidade da Jalapão100Limites? Então… nesse dia, os nossos guias falaram sobre a possibilidade de invertermos o nosso roteiro. Tirarmos algumas atrações e colocarmos para o dia seguinte, incluir (de surpresa) um outro fervedouro e mudar a ordem da visita. Isso porque estávamos encontrando outros turistas no caminho durante toda a viagem. Querendo ou não, as empresas acabam fazendo passeios parecidos. Mas aí que está a vantagem de viajar com quem gosta e se importa com o que faz. Adoramos a preocupação dos guias em tentar melhorar nossa experiência (que já estava sendo incrível!). Claro que aceitamos a nova proposta!

Os fervedouros têm sua capacidade limitada de acordo com seu tamanho, que varia de 4 a 10 pessoas ao mesmo tempo, e um limite de 20 minutos por grupo para evitar que filas muito longas se formem. Se não tiver fila, a visita está liberada até que alguém chegue. E modificar o roteiro tem esse objetivo, de evitar filas e fazer com que a gente aproveite as atrações ao máximo.

Fervedouro Recanto do Salto

Fervedouro Recanto do Salto (Foto: Flymaniacs)
Fervedouro Recanto do Salto (Foto: Flymaniacs)

Não lembramos de ter visto esse fervedouro em roteiros de outras agências. Até por isso ele é bem tranquilo, quase que exclusivo da Jalapão100Limites. Isso já nos animou logo de cara. Era a primeira vez que entraríamos em um e a gente queria ficar lá pra sempre!

O engraçado é reparar na cara de curioso de todo mundo do grupo. Afinal, tinha gente que nem sabia o que esperar de um fervedouro. Entramos e fomos andando dentro da água, de repente, um de nós afundou e subiu na mesma hora, de forma bem surpresa.

É muito louco tentar explicar a sensação. Você pode ver foto, vídeo, ler milhares de matérias, mas só estando lá para entender o que é realmente estar dentro do fervedouro. A água normalmente é morna, mas a temperatura não tem nada a ver com o nome dele. A areia muito clara e fina, escapa com facilidade das mãos. E, dentro dele existe um buraco, onde se encontra a nascente, que não tem como encostar o pé no chão, pois além da água te jogar pra cima, não se sabe ao certo a profundidade. Esses buracos quase sempre ficam camuflados pela areia. Ou seja, você não sabe onde tem um até que você caia dentro dele!

Ali você pode ficar boiando, nadando, nada fará com que você afunde. O mais estranho é que mesmo onde não está a nascente, a sua perna irá afundar na areia até a altura do joelho. Não adianta, de lá você não passa.

Depois de 1 hora, tivemos que sair para conhecer fervedouros. Caso contrário a gente ficaria lá o dia inteiro e não conheceria os outros, que diga-se de passagem, eram bem mais bonitos.

Fervedouro Rio Sono

Fervedouro Rio Sono (Foto: Flymaniacs)
Fervedouro Rio Sono (Foto: Flymaniacs)

Esse segundo fervedouro foi uma surpresa. Primeiro porque ele não estava em nosso roteiro e foi incluído pelos guias da Jalapão100Limites. Segundo porque ele simplesmente é lindo demais! Antes e entrar, tivemos que esperar um pouco, pois tinham outras pessoas no local. Enquanto isso tomamos uma cervejinha deitados numas redes do lugar.

Quando chegamos até o fervedouro, aquela cor azul tão forte nos deixou ainda mais apaixonados, como se isso fosse possível! Ele é bem pequeno e aconchegante. Além disso, toda a vegetação ao redor impressiona. Na real, todos os fervedouros são rodeados por palmeiras e bananeiras, isso faz com que pareçam lindos cenários cinematográficos.

Fervedouro dos Buritis

Fervedouro dos Buritis (Foto: Flymaniacs)
Fervedouro dos Buritis (Foto: Flymaniacs)

Terceiro e último fervedouro do dia. Mas, antes de irmos para a água novamente, almoçamos ali mesmo na entrada, num restaurante delicioso. De volta ao fervedouro, fomos surpreendidos mais uma vez! Ele não tem um tom de azul como o anterior, mas a água é cristalina e a pressão um pouco mais forte.

A melhor parte é que percebemos que a cada visita, o fervedouro era mais bonito. Provavelmente as agências fazem de caso pensado!

Cachoeira do Formiga

Cachoeira do Formiga (Foto: Flymaniacs)
Cachoeira do Formiga (Foto: Flymaniacs)

Não poderíamos encerrar o dia da melhor maneira: com um banho de cachoeira. E olha, uma das cachoeiras mais incríveis que já vimos. A água é extremamente transparente e azul, até parece mentira. Isso acontece porque a sua nascente fica logo ali perto da queda, o que evita que a água traga terra e outras impurezas.

Lá ficamos um pouco mais de duas horas, aproveitando o final de tarde, com um sol mais fraco e a temperatura da água uma delícia. A queda d’água é pequena, mas forte, daquelas que revigoram!

| Dia 4

Quase todo dia nosso despertador tocava por volta das 6h30 da manhã. E se você acha que isso é cedo… no quarto dia praticamente madrugamos para fazer a trilha da Serra do Espírito Santo. O dia começou bem cedo, mas rendeu lindos passeios.

Serra do Espírito Santo

Serra do Espírito Santo (Foto: Flymaniacs)
Serra do Espírito Santo (Foto: Flymaniacs)

Nunca foi tão fácil acordar cedo! Às 3h30 da manhã, os nossos guias já estavam com o carro ligado para sairmos e ver o nascer do sol em um lugar bem especial: no alto da Serra do Espírito Santo. Vale dizer que esse passeio não está incluso no roteiro e é pago a parte (R$ 150). Ainda assim, ele só é oferecido para quem está no roteiro de 5 dias, eventualmente no de 4.

Bom, pegamos a estrada e seguimos até a entrada do morro. Ainda estava tudo escuro quando começamos a subir, por volta das 4h30 da manhã. A trilha é bem íngreme, mas tranquila. Foram 800 metros de ziguezague para chegar a altitude de 200 metros. No total, levamos 40 minutos para fazer o percurso. É muito bem ver o dia clarear, a linha do horizonte ficar alaranjada e ir revelando, aos poucos, toda a beleza do cerrado. É uma vista de tirar o fôlego e um dos melhores “bom dia” que já recebemos!

Por volta das 7h começamos a descer a serra. Por incrível que pareça, a descida é mais complicada, pois você fica se distraindo com a vista lá do alto. Difícil conciliar as passadas com as olhadas!

Comunidade Mumbuca

Comunidade Mumbuca (Foto: Flymaniacs)
Comunidade Mumbuca (Foto: Flymaniacs)

Depois do passeio para a Serra do Espírito Santo, passamos na pousada para tomar café da manhã e logo saímos para a conhecer a comunidade mumbuca em que pudemos ver de perto artesanatos de capim dourado e a cultura quilombola.

Uma curiosidade: foi lá que começou a produção artesanal de capim dourado. Essa espécie de capim dá em campos úmidos em diversas regiões do cerrado. Como diz a tradição, quando chuvisca na vereda, pode ir no dia seguinte que o capim brotou.

Fervedouro Encontro das Águas

Fervedouro Encontro das Águas (Foto: Flymaniacs)
Fervedouro Encontro das Águas (Foto: Flymaniacs)

Demorou para chegar essa hora! Já estávamos com saudade dos fervedouros. Para chegar até este, atravessamos o Rio Sono a pé (a água chega no joelho). Por ele ser menor, só podem entrar 6 pessoas por vez. Enquanto uma parte do grupo foi para o fervedouro, nós esperamos nossa vez no Encontro dos Rios, que é onde o Rio Sono se encontra com o Formiga.

O legal é que o Sono tem a água bem gelada e mais escura, enquanto o Formiga é mais quente e tem a água cristalina. Depois que se passaram 20 minutos, chegou a nossa vez de ir ao fervedouro. Ele nem é o mais bonito, pois a água é mais puxada pro marrom. Mas ele sem dúvida é o mais forte de todos. Não tem como você ficar parado dentro dele. Parece um joão-bobo, sabe?

Fervedouro do Ceiça

Fervedouro do Ceiça (Foto: Flymaniacs)
Fervedouro do Ceiça (Foto: Flymaniacs)

Confessamos que esse era o fervedouro que a gente mais queria conhecer. Pelo que  tínhamos visto, ele tinha uma paisagem diferente, uma entradinha mais estreita que abria para o fervedouro em si. E isso realmente fez dele o segundo fervedouro mais bonito do Jalapão. O número um da lista ainda estava por vir!

Ele também tem capacidade de 6 pessoas e tivemos que dividir o grupo. Mas ficar do lado de fora dele também foi legal, pois contemplar um lugar desse não tem nem palavras. Ah, além da beleza, o interessante é saber que esse foi o primeiro fervedouro da região a ser aberto ao público.

Rio Formiga e Fervedouro Buritizinho

 

Lá fomos nós para mais um fervedouro. Não cansamos deles! Como ele é bem pequeno (apenas 4 pessoas podem entrar por vez), ficamos esperando no Rio Formiga, que fica um pouco antes do fervedouro. Adorávamos a sensação de entrar na água e ficar flutuando, mas não vamos mentir que não era nada mal aguardar nessas salas de espera que a natureza preparou pra gente. O rio é lindo demais, já tínhamos entrado em outro ponto dele no passeio anterior e na cachoeira da Formiga, não muito gelado e parecia uma piscina de tão tranquilo.

Depois de 40 minutos no rio, chegou a nossa vez de ir no fervedouro. Ele em si não é do mais legais. Muito pequeno, é praticamente um corredor e nem é tão forte assim. Mesmo assim, é muito bonito. O azul da água é muito forte, nem foto mostra como ele era.

Fervedouro Bela Vista

Fervedouro Bela Vista à noite (Foto: Flymaniacs)
Fervedouro Bela Vista à noite (Foto: Flymaniacs)

Como se não bastasse todos os que a gente já tinha visitado, ainda fechamos o dia (nossa última noite) com chave de ouro! Fomos jantar no restaurante da Pousada Bela Vista, dona do melhor fervedouro do Jalapão. Quem se hospeda por lá tem acesso 24 horas ao fervedouro, mas como a estava com poucos hóspedes, a Jalapão100Limites conseguiu que a gente entrasse lá antes do jantar.

Sem dúvida, foi a melhor experiência da viagem. Além de estar no fervedouro mais famoso, mais lindo (percebemos isso melhor na manhã seguinte), ainda tivemos a chance de entrar nele à noite. E se você acha que não dá para ficar melhor… De repente, eles apagaram todas as luzes. Foi como se o céu estivesse se iluminado com uma chuva de estrelas. Uma coisa fora de série! Ficamos ali por volta de uns 10 minutos. Todos do grupo ficaram em silêncio, só observando e curtindo o momento. Sur-re-al!

Depois dessa experiência incrível, fomos jantar e de lá partimos pro Hotel Cachoeiras do Jalapão.

| Dia 5

O nosso passeio estava chegando ao fim. Muito triste, pois conhecer o Jalapão foi uma das melhores experiências que já tivemos. Só despertou ainda mais a nossa vontade de conhecer o Brasil!

Fervedouro Bela Vista

Fervedouro Bela Vista (Foto: Flymaniacs)
Fervedouro Bela Vista (Foto: Flymaniacs)

Por ser o fervedouro mais famoso da região, ele é o mais disputado. Em alta temporada dizem que se você chegar por volta das 9h30, vai conseguir entrar no fervedouro só lá pelas 14h. Imagina isso? Perder quase o dia todo. Mesmo sabendo que não pegaríamos fila, os nossos guias quiseram ir bem cedinho, no primeiro horário, às 8h40.

E foi só quando chegamos no deck que leva até ele que demos conta da beleza do lugar. Já tínhamos amado na noite anterior, mas estava escuro. Com o sol batendo na água, aquelas árvores no entorno… Ele é lindo demais, bem grande e tem uma pressão bacana, que te faz flutuar. Demos sorte de não aparecer nenhum outro grupo e conseguimos curtir quase 1 hora no local.

Praia do Alecrim

Praia do Alecrim (Foto: Flymaniacs)
Praia do Alecrim (Foto: Flymaniacs)

É uma praia bem tranquila, em que muitas pessoas montam acampamento. Foi apenas uma parada estratégica para entrarmos no rio e nos refrescarmos antes de enfrentar um bucadinho de estrada pela frente.

Cachoeira das Araras

Cachoeira das Araras (Foto: Flymaniacs)
Cachoeira das Araras (Foto: Flymaniacs)

Ela fica no caminho de volta para Palmas, perto de Novo Acordo. Foi praticamente a última vez em que pudemos ficar um tempinho curtindo a natureza de perto. O que vinha pela frente seria mais local para contemplação e foto.

Como não havia chovido, o volume de água na cachoeira não era muito forte, nem a queda muito alta. Então deu para curtir e se refrescar com calma. A beleza maior está no paredão de pedras repleto de vegetação.

Depois de uma hora na água, saímos para almoçar em mais um restaurante bem rústico. Todas as refeições foram ótimas, mas essa com certeza foi a mais gostosa. Deu água na boca só de lembrar do estrogonofe de legumes! Lá só funciona com reserva, então se estiver viajando por conta própria, é preciso ligar antes para garantir.

Serra da Catedral e Morro Vermelho

Morro Vermelho (Foto: Flymaniacs)
Morro Vermelho (Foto: Flymaniacs)

São dois locais lindos para observar e tirar umas fotinhos. Nada além disso. Na verdade, ambos têm trilhas, mas não fizemos por conta do tempo e não estava contemplado no roteiro.

Elas estão no caminho para Novo Acordo, local em que paramos para tomar uma cerveja e espantar o calor antes de chegar em Palmas e sermos deixados em nossos hotéis.

E esse foi o nosso roteiro de cinco dias. São horas no carro, chacoalhando de um lado para o outro, mas toda vez que a gente chegava em uma atração, a gente esquecia o cansaço e curtia demais. Aliás, as estradas do cerrado são maravilhosas!! É cada pôr do sol, é cada ave que vimos. Tudo foi perfeito e vamos carregar as lembranças dessa viagem para sempre

 DICAS

  • Tente ver o pôr do sol todos os dias. Mesmo que tenha que pedir para o guia parar no meio da estrada.
  • Respeite os guias e as regras dos fervedouros: não pule. Também é proibido uso de protetor solar, repelente e creme hidratante.
  • Para driblar o sol, leve uma camiseta com proteção UV.
  • Sapatos para água vão te ajudar bastante.
  • Como faz muito barulho dentro do carro, uma playlist legal e um fone de ouvido vão deixar a viagem mais especial.
  • Não levamos e fez falta: travesseiro de pescoço.
  • Aprecie o céu durante a noite, ele é um dos mais estrelados que já vimos.

Veja mais fotos do Jalapão: